Dia Mundial de Conscientização do Autismo: Tudo que você precisa saber

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O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), também conhecido por seu nome popular, é um transtorno neurológico caracterizado por comprometer as habilidades de interação social, comunicativa e comportamental.

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo ocorre dia 2 de abril, e tem por objetivo informar as pessoas sobre esse espectro (Foto: Reprodução)

Todos os anos, o dia mundial de conscientização do autismo propõe congressos, eventos e campanhas visuais para falar sobre a importância de conhecer mais sobre esse espectro.

Embora o assunto seja pouco disseminado, acredita-se que 1 a cada 160 crianças possam apresentar algum nível de autismo.

Por isso, é fundamental falar mais sobre essa condição, como ela surge e quais os cuidados sociais que devem ser tomados para realizar a devida inclusão desse grupo.

Acompanhe mais informações sobre o autismo no seu Dia Mundial de Conscientização.

O que é o autismo?

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), também conhecido por seu nome popular, é um transtorno neurológico caracterizado por comprometer as habilidades de interação social, comunicativa e comportamental.

Existem diversos níveis de autismo, e segmentações diferentes que indicam diferentes manifestações da condição em crianças e jovens.

A princípio, não se sabe, ao certo, o que causa o autismo. Pesquisas apontam que o fator genético poderia ter uma alta influência na formação de indivíduos que apresentam o transtorno.

No entanto, condições ambientes e de risco, como estresse e exposição prejudicial do feto teriam igual impacto nas chances de desenvolvimento do espectro.

Assim, não existem confirmações científicas que indiquem o surgimento do autismo, embora seja uma condição relativamente comum. Desde 2010, o número de jovens com esse transtorno cresceu 15%, chegando a 1 a cada 68 pessoas diagnosticadas.

Além disso, as chances de autismo são três vezes maiores em meninos do que em meninas, podendo ser identificado a partir dos seis meses de idade.

Dados sobre autismo

O TEA foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, que utilizou o termo “autismo” como “fuga da realidade”, conceito aplicado desde 1911.

Curiosamente, no mesmo ano ocorreu a primeira descrição da Síndrome de Asperger, pelo médico e pesquisador Hans Asperger. Posteriormente, a síndrome viria a ser catalogada como um dos espectros do autismo.

Desde os anos 50, muitas teorias surgiram para tentar explicar a ocorrência desse transtorno em crianças.

Algumas das explicações cientificamente apresentadas incluíam esquizofrenia e até mesmo “indiferença materna”.

Mesmo assim, até os dias de hoje, centenas de teorias foram descartadas, sendo impossível de determinar as reais causas que levam a essa condição.

O Dia Mundial de Conscientização ao Autismo é comemorado no dia 2 de abril, definido pela ONU em 2007. Em 2008, ocorreu a primeira celebração internacional.

Em 2012, o Brasil sancionou a “Lei Berenice Piana”, n° 12.764/2012, que estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo.

Além disso, em 18 de junho se comemora o Dia do Orgulho Autista, que celebra a condição e as características únicas desse grupo.

Tipos de autismo

Atualmente, existem diversos tipos, níveis e graus de Transtorno do Espectro do Autismo catalogados oficialmente.

Eles são utilizados para diagnosticar corretamente o indivíduo, e recomendar a melhor abordagem psíquico-terapêutica para o paciente.

Por isso, confira os principais tipos de autismo e como eles se manifestam:

1. Síndrome de Asperger

A princípio, a Síndrome de Asperger é considerada o espectro mais leve do autismo, também chamada de “autismo de alto funcionamento”.

Isso porque os indivíduos são diagnosticados com uma inteligência acima da média, com maiores chances de desenvolver habilidades cognitivas, sociais e intelectuais.

Autistas que apresentam síndrome de Asperger costumam se tornar obcecados por determinado assunto, e, quando adultos, apresentam uma maior chance de desenvolver quadros de ansiedade e depressão.

2. Transtorno Invasivo do Desenvolvimento

O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento é uma fase intermediária, sendo mais grave que a síndrome de Asperger, mas com níveis mais leves que o Transtorno Autista.

Seus sintomas são variáveis, mas costuma se apresentar com uma maior dificuldade de interação social e comportamentos repetitivos.

Os indivíduos também podem apresentar competências intelectuais consideráveis.

3. Transtorno Autista

O Transtorno Autista é o espectro mais comum, com sintomas graves e níveis mais identificáveis.

Nesse caso, pode haver perda na capacidade de interação social, desenvolvimento cognitivo e linguístico.

Além disso, os indivíduos apresentam mais comportamentos repetitivos e intensificados.

Trata-se da condição mais “clássica” e identificada originalmente nos primeiros estudos realizados sobre a condição.

4. Transtorno Desintegrativo da Infância

Por fim, esse transtorno é considerado o mais grave do espectro autista, porém o menos comum.

Geralmente, as crianças apresentam um período normal de desenvolvimento, que é afetado a partir dos 2 anos, quando ela passa a perder suas habilidades intelectuais e sociais, sem conseguir recuperá-las.

De todos os graus, trata-se do mais agressivo, com poucas chances de resultados positivos em tratamentos terapêuticos.

Como identificar uma pessoa autista

Por existirem vários graus e níveis de autismo, as características variam de acordo com cada indivíduo.

No entanto, é comum identificar uma maior dificuldade de se relacionar socialmente, desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas.

Pessoas com autismo costumam não saber como interagir apropriadamente, além de possuírem um menor discernimento ou “filtro”.

O diagnóstico pode ser feito ainda bebê, a partir dos seis meses. Entretanto, é comum que os primeiros sinais surjam a partir dos dois anos.

Os principais sintomas incluem:

  • Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
  • Não atender pelo nome;
  • Se isolar ou não ter interesse por outras crianças;
  • Ser muito preso a rotinas, podendo entrar em crise;
  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
  • Fazer movimentos repetitivos sem motivos aparentes;
  • Não compartilhar seus interesses e atenção;
  • Interesse restrito por um único assunto (hiperfoco);
  • Hipersensibilidade.

Ao apresentar um ou mais desses sinais, é indicado consultar um pediatra e, posteriormente, um especialista para realizar o diagnóstico.

Com tratamentos adequados, esses indivíduos podem desenvolver suas habilidades, e as características se tornam menos aparentes.

No entanto, a obsessão por determinados assuntos e a repetição de movimentos e hábitos costumam ser os aspectos mais comuns, mesmo na vida adulta.

Como interagir com pessoas autistas?

Antes de mais nada, é importante lembrar que pessoas autistas podem desenvolver suas habilidades sociais normalmente, desde que tenham sido diagnosticadas e façam o tratamento adequado.

Além disso, cada nível do transtorno apresenta um grau diferente de sintomas, de modo que é necessário se adaptar a cada indivíduo e suas preferências.

Por exemplo, usar um tom de voz mais baixo, se atentar para sinais físicos de incômodo quando interagir ou dedicar maior foco para os assuntos de interesse ou obsessão.

No entanto, esses grupos são capazes de se desenvolver e ter uma vida normal, inclusive com conhecimentos intelectuais avançados.

Por isso, é importante divulgar os sinais de pessoas autistas e perguntar para eles, ou seus familiares e acompanhantes, quais as medidas que deixam o indivíduo mais confortável.

É um direito de pessoas com espectro autista serem incluídas no meio social, e terem acesso a serviços de qualidade que atendam sua condição.

Assim, comemorar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é o primeiro passo para tornar esse transtorno conhecido e aceito por toda a sociedade.




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